Os seus filhos não têm vontade de estudar? – Nos dias de hoje é bastante comum ouvirmos crianças e adolescentes afirmarem que não querem ir para a escola e/ou que estudar é uma “seca”, encarando, deste modo, a escola e os trabalhos escolares de uma forma negativa.
Tal acontece, muitas vezes, porque as crianças e os adolescentes assumem as tarefas relacionadas com a escola como uma obrigatoriedade e não como uma necessidade para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Além disso, com a evolução a nível da tecnologia, os jovens têm cada vez mais facilidade em aceder à informação, desvalorizando a importância do contexto escolar. Deste modo, a motivação para estudar é mais reduzida do que quando as crianças e os adolescentes têm objetivos bem definidos relativamente ao que pretendem alcançar com o estudo.
Na verdade, a aprendizagem é mais eficaz quando a criança/adolescente apresenta uma motivação intrínseca, isto é, originada em fatores internos à pessoa e que se relacionam com a sua forma de ser, os seus interesses e gostos (p.ex., estudar com o objetivo de adquirir conhecimentos e desenvolver competências), ao invés da motivação extrínseca, onde o jovem realiza a tarefa para ser recompensado ou para não ser castigado (p.ex., estudar para não ficar de castigo).
Posto isto, como pode ajudar e motivar os seus filhos para o estudo?
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Seja um modelo de referência. Partilhe com eles as estratégias que utiliza para se motivar face às tarefas que desempenha no seu quotidiano, ajudando-os a encontrar aquilo que os motiva. Não se esqueça que mais importante do que estudar para evitar a “dor” – como a de uma reprovação ou fracasso – é estudar pelo prazer de aprender ou com o objetivo de aprimorar determinada capacidade ou competência. Deste modo, ajude-os a encontrar essas mesmas motivações.
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Ajude os seus filhos a definirem objetivos, a estabelecerem metas para o estudo e dê-lhes a possibilidade de realizarem uma atividade do seu interesse quando a tarefa for cumprida. Esta estratégia, para além de criar um sentimento de compromisso e foco perante o trabalho, possibilita à criança/adolescente desenvolver um sentido de autoeficácia, através do cumprimento das tarefas.
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Reforce positivamente o esforço e o empenho deles. Existe uma tendência para nos focarmos apenas nos resultados obtidos nos testes de avaliação e, por vezes, esquecemo-nos de dar atenção e de valorizar o esforço por parte da criança/adolescente. É fundamental que tal aconteça, não só para motivá-los, mas também para que eles se sintam valorizados e capazes.
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Não compare os resultados escolares dos seus filhos com os dos amigos e/ou familiares! Compare apenas com o próprio. É comum, especialmente quando consideramos que a criança/adolescente seria capaz de fazer melhor. No entanto, não devemos esquecer que cada criança/adolescente aprende de maneira diferente e tem ritmos de aprendizagem também eles diferentes. Deste modo, opte por comparar os resultados obtidos no presente com os do passado, procurando perceber o que correu bem, menos bem e que estratégias poderão ser importantes implementar.
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Modere as suas expetativas. Para concluir, esteja atento/a às suas expetativas e procure perceber se não espera demasiado dos seus filhos (mais do que aquilo que eles conseguem ou estão dispostos a dar). Desta forma, quando a criança/adolescente chega a casa com um resultado menos positivo ou negativo, este deve ser encarado como uma oportunidade de aprendizagem, não devendo utilizar-se a crítica negativa e a culpabilização, já que tal conduz à interiorização de um sentimento de incompetência, prejudicando a sua autoestima.